E o coração palpita toda vez que os olhos sorriem

"Meu coração, não sei porquê

Bate feliz quando te vê

E os meus olhos ficam sorrindo

E pelas ruas vão te seguindo

Mas mesmo assim,

Foges de mim"

Em quem será que João de Barro pensava ao compor esta canção? E mais, a quem dedicava Pixinguinha cada vez que a interpretava?
Neste verso não se pode identificar o sexo, cor dos olhos, estatura, peso, estado civil ou idade, mas isso pouco importa, afinal, existe coisa mais emocionante que sorrir com os olhos?
Quem nunca sorriu desta forma não pode imaginar o que penso ao escrever estas linhas simples.
Quantas partes do nosso corpo falam, sorriem e reagem quando nos deparamos com alguém que nos faz sentir coisas incomuns? Sensações que não sentimos a qualquer momento, que nos despertam curiosidade para saber o motivo desta ou daquela reação.
Quantas partes do nosso corpo interagem ao mesmo tempo quando, mesmo que de longe, avistamos a sombra de alguém que navega pela nossa imaginação?!
Feliz ou infelizmente nossos olhos, boca, pele e demais membros não pedem permissão à nossa consciência para desejar, sonhar ou se apaixonar por outra pessoa.
E assim como no verso, em alguns casos, mantemos sentimentos, ilusões e desejos que não podemos ou temos a oportunidade de expressar.
Nossos corações também pulsam e batem forte. Nossos olhos sorriem e seguem aqueles que nos enfeitiçam, seja pelos corredores esbranquiçados, pelas ruas movimentadas ou por qualquer lugar onde possam estar.
E nem assim, com o coração palpitante e com os olhos fixos é possível alcançar quem insiste em fugir.
A fuga é inevitável, nem sempre os nossos olhos encantam quem gostaríamos de encantar!